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Projetos Atuais
ENFERMIDADES REPRODUTIVAS EM BOVINOS DE CORTE E LEITE NO ESTADO DE MATO GROSSO: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, ECONÔMICOS E DE DIAGNÓSTICO DE REBANHO.
Edital FAPEMAT 020/2022 Pesquisas com Nível Médio de Maturidade nas Ciências Agrárias - Projeto Financiado pela FAPEMAT
Resumo: O Brasil atualmente apresenta o maior rebanho bovino de corte do mundo com cerca de 224,6 milhões de cabeças de gado, além de ser o terceiro maior produtor de leite com 34 bilhões litro-ano no ranking mundial (IBGE, 2022). O Mato Grosso se destaca como sendo o Estado com maior número de cabeças de bovinos do país, respondendo por 14,8% do rebanho nacional (MAPA, 2020) e ocupa a 11º posição na produção de leite do país (Hott et al., 2021). Apesar da bovinocultura ser considerada uma das atividades mais importantes do agronegócio nacional, existem grandes desafios que interferem no aumento da produtividade. Um dos principais desafios são as falhas reprodutivas, que além de afetar a produtividade, ocasionam inúmeros prejuízos diretos e indiretos na bovinocultura (Pope,1988; Farin et al., 2006). Quando levado em consideração os níveis de importância da fertilidade no rebanho, pode se concluir que a fertilidade do macho é mais importante que a da fêmea, visto que a proporção touro: vaca pode variar de 1:25 ou mais em regime de monta natural e ou de repasse após o uso das biotecnologias de reprodução. Apesar do evidente benefício do exame andrológico, este não realiza um diagnóstico de possíveis agentes infecciosos, muitos criadores têm pouca ou nenhuma informação sobre a fertilidade de seus reprodutores, uma vez que, criam de forma conjunta, dificultando a identificação daqueles inférteis ou de baixa fertilidade (Menegassi et al., 2011).
No Brasil, estudos realizados a partir dos anos 1990, visaram estabelecer um panorama geral de algumas das principais causas de abortamentos em ruminantes, (Corbellini et al., 2002; Pescador, 2005; Corbellini et al., 2006; Pescador et al., 2007a; Pescador et al., 2007b; Pescador, 2008; Antoniassi, 2012; Antoniassi et al., 2016; Da Costa, 2020; Withoeft, 2021). Embora estes trabalhos representem peças fundamentais para a compreensão da ocorrência de doenças associadas a abortamentos em território nacional, principalmente na região sul do Brasil, o conhecimento científico sobre inúmeras doenças/causas de abortamento ainda é limitado a nível nacional.
O estado de Mato Grosso, apesar de possuir o maior rebanho nacional de bovinos de corte, apresenta informações muito limitadas sobre a sanidade de seu rebanho, principalmente em relação as perdas reprodutivas (Gaeti et al., 2014; Azevedo et al., 2017).
Diante disso, o presente projeto visa realizar um diagnóstico das principais causas de perdas reprodutivas do estado através da realização de necropsia, analise histopatológica e molecular de produtos fetais abortados e análise molecular para BVDV, Leptospira spp e BoHV-1 em amostras de sêmen de touros de corte e leite no estado de Mato Grosso.
CAUSAS DE ABORTAMENTOS DIAGNOSTICADOS EM FETOS BOVINOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, BRASIL.
Resumo: Apesar da bovinocultura ser considerada uma das atividades mais importantes do agronegócio nacional, existem grandes desafios que impedem o aumento da produtividade, ocasionando prejuízos ao setor. Diversos são os fatores que podem contribuir para prejudicar a eficiência produtiva do rebanho, sendo as falhas reprodutivas um dos maiores responsáveis pelas perdas econômicas na bovinocultura (Pope 1988; Farin et al., 2006). Diversas são as causas que resultam em falhas reprodutivas no rebanho. Dentre as causas infecciosas de aborto em bovinos (Anderson et al., 1990; Knudtson, 1992), a sua grande maioria são representadas por bactérias, vírus, fungos e protozoários. Entre os vírus destacam-se o ao Vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV) e ao Herpesvírus Bovino tipo I (BoHV-1) (Fino et al., 2012, Antoniassi et al., 2013), além de vírus emergentes, como o Schmallenberg virus (Hoffmann et al., 2012). Os agentes bacterianos mais comumente relacionados a perdas reprodutivas envolvem Brucella abortus, Leptospira spp., Campylobater sp. (Bergen et al., 2005), Ureaplasma diversum (Gaeti et al., 2014), Listeria monocytogenes (Bocklisch et al., 1991) e Coxiella burnetii (Brooks et al., 2017). Entre os protozoários se destacam o Neospora caninum (Corbellini et al., 2002) e Tritrichomonas foetus (Leal et al., 2012) e entre os agentes fúngicos, o Aspergillus fumigatus é o agente infeccioso mais relatado (Knudtson et al., 1992). Há uma dificuldade muito grande em alcançar as causas de abortamentos em fetos bovinos, além disso, no Brasil existem poucas informações disponíveis sobre causas de aborto em bovinos. No entanto não há estudos que demonstrem a presença das doenças que ocorrem em produtos fetais abortados no estado de Mato Grosso, a fim de determinar com maior precisão as reais causas de abortamentos para adoção de estratégias de controle sanitário. Não obstante, o Laboratório de Patologia Veterinária da UFMT recebe materiais para análise de diversos estados brasileiros além de Mato Grosso, sendo principalmente oriundos dos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Assim, esse projeto objetiva identificar as principais causas de aborto bovino encaminhados ao Laboratório de Patologia Veterinária da UFMT e correlacionar os dados epidemiológicos obtidos durante o recebimento de materiais para análise.
Projetos Anteriores
PREVALÊNCIA DE Ureaplasma diversum EM REBANHOS BOVINOS PERTENCENTES AO ESTADO DE MATO GROSSO.
Resumo: O Ureaplasma diversum tem sido associado a vários problemas reprodutivos em bovinos que incluem vulvovaginite granulosa, bezerros fracos e aborto. Este estudo foi realizado em um rebanho bovino situado na região Centro-Oeste do Brasil, e os objetivos foram verificar a presença de U. diversum e elucidar suas possíveis relações com variáveis independentes nesta população de bovinos. Foram colhidos 134 esfregaços de mucosa vaginal para a reação em cadeia da polimerase (PCR). Destes, 51 (38%) foram positivos para U. diversum. Das 58 novilhas com lesões vulvovaginais caracterizadas por hiperemia, lesões granuladas e edema distribuídos por toda a mucosa vulvar, 37 (64%) eram positivas para U. diversum; das 76 novilhas sem lesões reprodutivas, 14 (18%) eram positivas para U. diversum. Todas as amostras testadas foram negativas para o herpesvírus bovino 1 (BoHV-1). A regressão logística multivariada revelou que as duas variáveis seguintes estavam significativamente associadas à presença de U. diversum: a presença de lesões vulvares (p = 0,001) e a presença de um dispositivo de progesterona (P4) (p = 0,001). Esses achados indicam que U. diversum deve ser considerado um patógeno associado à vulvovaginite pustulosa em novilhas do estado de Mato Grosso e que estudos adicionais sobre os fatores de risco associados à transmissão intravaginal do dispositivo P4 devem ser realizados.
ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA SÍNDROME NATIMORTO-MUMIFICADO (SNM): ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA E EFICIÊNCIA PRODUTIVA SUÍNA.
Resumo: A falha reprodutiva em rebanhos suínos é muitas vezes difícil de diagnosticar e é importante para a produção de suínos. O presente estudo tem como objetivo identificar os potenciais fatores de risco (infecciosos/não infecciosos) para leitões natimortos em duas granjas comerciais de suínos situadas na região centro-oeste do Brasil. Os potenciais fatores de risco foram incluídos em um modelo logístico multivariável, e a variável dependente foi definida como a presença de pelo menos um leitão natimorto em uma determinada ninhada (sim ou não). No modelo de melhor ajuste, duas variáveis da análise multivariável, o tamanho total da leitegada (p = 0,01) e o peso médio ao nascer (p = 0,03), foram significativamente associadas à presença de leitões natimortos nas explorações examinadas neste estudo. O Circovírus suíno tipo 2 (PCV2) foi detectado em 29,1 % das leitegadas. Não foram identificadas neste estudo infecções por Parvovírus (PPV) nem por leptospirose, o que sugere que estas têm um impacto menor nas doenças reprodutivas.